sábado, 18 de junho de 2016

RETIRO DA PASTORAL FAMILIAR 2016 (parte 1)



1ª MEDITAÇÃO: ESPIRITUALIDADE FAMILIAR

Dentro da Igreja Católica há uma infinidade de tipos diferentes de espiritualidade, baseadas em estilos de vida, nos exemplos dos santos, nas instituições ou comunidades... na Exortação apostólica Amoris Laetitia o papa Francisco fala de uma ESPIRITUALIDADE FAMILIAR. Ou seja, uma espiritualidade que é própria da família, é a espiritualidade da comunhão. O papa fala que a família é um templo da comunhão matrimonial. E aí nesse templo habita a Santíssima Trindade. Não é uma espiritualidade de instituições ou de carismas aplicada à família, mas própria da família mesmo, que é templo de amor e de vida.
A espiritualidade de familiar concede aos pais, aos esposos, aos irmãos e filhos um especial caminho de salvação. A espiritualidade familiar assim apresentada pelo papa é uma via direta para entrar em comunhão com a Santíssima Trindade, e é fundamentada em I Jo 4, 12: 

“Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e seu amor em nós é plenamente realizado.”

É a união do Pai, do Filho e do Espírito de Amor com a minha família. Essa é uma profunda espiritualidade cristã no matrimônio e na família.
Neste retiro somos convidados a nos aprofundarmos nesta espiritualidade e levarmos a nossa família, seguindo o itinerário do qual o Espírito Santo se serve, para nos elevar às alturas de modo que o amor intratrinitário seja fortificado em nós. Começando nos detalhes cotidianos de hospitalidade, conversa, serviço, acolhimento... o lar é a hospedaria onde Deus vem ficar. O Espírito Santo conta até com nossas fragilidades e defeitos, com os ritmos do nosso amadurecimento humano no amor para criar esta habitação.
Não temos simplesmente uma casa ou um lar. Temos um TEMPLO. Na oração na última página do documento, temos uma oração essa dirigida a Sagrada Família, na qual destacamos, em especial o trecho abaixo:

‘Oração à Sagrada Família
Jesus, Maria e José,
em Vós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor, confiantes, a Vós nos consagramos.
Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias episódios de violência, de fechamento e divisão; e quem tiver sido ferido ou escandalizado seja rapidamente consolado e curado.
Sagrada Família de Nazaré, FAZEI QUE TODOS NOS TORNEMOS CONSCIENTES DO CARÁTER SAGRADO E INVIOLÁVEL DA FAMÍLIA, DA SUA BELEZA NO PROJETO DE DEUS.
Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.
Amém.’

A espiritualidade familiar é a grande novidade dessa exortação. Pode-se falar -- sem erro teológico -- que existem duas Trindades: a do céu e a da terra. No Céu: Pai, Filho e Espírito Santo. Na terra, temos a Sagrada Família, onde o FILHO habita por amor ao PAI e sempre assistido pelo ESPÍRITO SANTO. Deve ser o nosso modelo. Lembremos da bonita devoção das sete dores e sete alegrias de Maria e de José. Nossa família também pode ser a Trindade da Terra...
E que neste retiro, o Espírito Santo nos inspire os momentos em que devemos falar e os momentos em que devemos calar. O silêncio é consubstancial a nossa vida. Assim, exercemos nossa atividade mais nobre: pensar, refletir, ter lucidez para distinguir o bem do mal e a realidade da fantasia. Em vez de ouvir conversas, vamos ouvir Deus. Retiro é retirar-se delicadamente. Devemos falar apenas o mínimo necessário. Quando falamos, Deus se cala. Quando silenciamos, Deus fala conosco. As palavras podem ferir as pessoas.
Vamos nos interessar com atenção e carinho a ouvir Deus. Que seja para nós uma oportunidade de uma profunda conversão da minha espiritualidade familiar e não apenas de algum defeito ou ponto fraco. Com certeza, ao final do retiro, renovaremos nossa espiritualidade pessoal e familiar.

2ª MEDITAÇÃO: ESCOLHER A MELHOR PARTE 

Logo no início da exortação apostólica Amoris Laetitia, o papa fala de uma esperança que ele deposita no mundo e em cada um de nós.

“Espero que cada um, através da leitura, se sinta chamado a cuidar com amor da vida das famílias, porque elas « não são um problema, são sobretudo uma oportunidade.” (AL, 7)

De fato, a vida em família é uma grande oportunidade. Oportunidade de descobrir o amor, de trazer a Trindade para dentro da nossa casa, de exercitarmos as obras de misericórdia. Olhemos para um exemplo bíblico que é o lar de Betânia, onde moravam Marta, Maria e Lázaro. Conhecemos a cena em que Marta perdeu uma grande oportunidade.

“Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada..” (Lc 10, 41-42)

Jesus não perdeu a oportunidade de exortar Marta e Maria não perdeu a oportunidade do tempo de Deus na sua vida para reafirmar seu amor a Jesus. A vida está passando. Nosso tempo de vida vai escapando por nossos dedos. Se nos descuidados, podemos estar vivendo distraidamente, ocupados com tantas coisas mas não com o essencial. Às vezes, entramos na roda viva de fazer, organizar, correr.... andamos inquietos, perdemos a paz interior... perdemos a melhor parte!
Às vezes, estamos tão afogados no tempo que acabamos perdendo tempo. Deixamos de ir ao encontro daquilo que realmente dá sentido à vida: a riqueza interior. O que vem de fora para o qual nos dirigimos com tanto afã, não nos enriquece. Aproveitemos oportunidades como essa -- de um retiro -- para irmos ao encontro do que é essencial.
Isso vale para a família. Há tanta oferta de tanta coisa, que não nos sobra tempo para vivermos a melhor parte. Aristóteles escreveu a seu filho, na obra “Ética a Nicômano” que devemos nos esforçar para viver de acordo com o que há de excelente dentro de nós. Sábio conselho que deveríamos seguir para não nos desgastarmos com coisas que passam. Jesus mesmo disse que o Reino de Deus está dentro de nós (cf. Lc 17, 21b). Marta estava preocupada em alimentar o corpo de Cristo. E não percebeu que era Cristo que queria alimentar a sua alma.
De forma prática, isso implica em nos colocarmos na presença de Deus desde o início do dia, começando com uma oração pessoal logo depois de acordar. É uma boa forma de cuidarmos da morada de Deus que é cada um de nós: “Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” (I Cor 3,16), dizia são Paulo. É possível nos agarrarmos às oportunidades que vão nos aparecendo durante todo o dia para vivermos o essencial que é Deus. Afinal, como vamos amar se não nos encharcarmos na fonte do amor que é Deus?!
Uma segunda oportunidade é cuidarmos para não nos deixarmos afastar de nós mesmos. Não são os outros que se afastam de nós. Nós é que primeiramente nos afastamos de nós mesmos, da nossa essência, o “excelente” que existe dentro de nós. Um grande risco neste sentido vem do ativismo, às vezes, até religioso, que nos leva perdermos a nossa identidade, por só nos preocuparmos com coisas externas a nós. Deus nos conhece pelo avesso e pode nos conduzir para práticas como um bom exame de consciência, escolha de boas leituras... Mas o ativismo pode vir sobre nós como um leão faminto a nos devorar e podemos nem perceber esse perigo porque estamos ocupando demais para tal. Dedicarmos um tempo para cuidarmos de nós mesmos e nos embelezarmos por dentro é fundamental. Os que se deixam levar pelos afazeres e se descuidam de si mesmos, tornam-se pessoas pobres, desinteressantes, tediosas, vazias. E isso enfraquece muito a vida familiar também.
Ressalto também como é importante não perder a oportunidade de aprofundar-se na sua vocação. Ela é o oxigênio da nossa vida. Na área da fisioterapia respiratória é recomendado que periodicamente por dia, se façam duas respirações bem, bem profundas para abrirmos todos os alvéolos. É como o fenômeno do assoreamento de um lago, por exemplo, em que se depositam tantos sedimentos no fundo, que a lâmina d´água se torna tão fina que toda vida começa a morrer... cuidado para que o mesmo não aconteça com a nossa vocação matrimonial. Conservá-la exige convivência, criatividade no amor... Não podemos viver superficialmente a vocação. A vida é curta demais para perdermos tempo com outra coisa que não seja nos aprofundarmos na nossa vocação. E quanto mais nos aprofundarmos na nossa vocação específica, mais nos aprofundaremos na nossa vocação batismal.


1ª PALESTRA: O INTERESSE PELA VERDADE

O Filósofo espanhol Ortega y Gasset (1883-1955) desabafou que, de todos os ensinamentos que a vida havia lhe proporcionado, o mais crítico, o mais inquietante e irritante é que a espécie menos comum na face da terra é a dos homens verazes. Afirmava: “Achei tão poucos tão poucos que perco até o ar... Uma alma necessita respirar almas afins. Uma alma que respira a verdade, necessita respirar a verdade...”. Triste, dizia ter achado apenas políticos.., que não veem o mundo como ele é mas como lhes convém.
Esta citação é de 100 anos atrás, mas é atualíssima. As pessoas se interessam mais pela utilidade das coisas do que pela VERDADE das coisas. Parece mais importante saber como utilizar as coisas que saber o que as coisas são.
Para a sociedade atual, para a vida da Igreja, para a profundidade da vocação é fundamental o interesse pela verdade. O que nos interessa hoje?  O que desperta o interesse dos nossos filhos? Se algo não tiver uma utilidade imediata... não lhes interessa. Acabamos nos preocupando com o que não é o principal.
O último recado de Jesus antes de partir para o céu foi:  “Ide e ensinai todas as nações...” (Mt 28 19) e mais: “... convém que eu vá, para que venha a vós o Espírito da Verdade...”. Não basta oferecer atividades para os membros da minha família. Não basta a igreja organizar shows. É preciso ensinar a Verdade, mas antes despertar o amor e o interesse pela verdade. Não apenas a verdade útil e cientifica, mas a verdade substancial.  O que é a família? O que são as virtudes? O que é o amor? O que é a vida? O que é um valor?
A pior mentira é a ‘meia verdade’.... por isso, vem proliferando em nossa cultura o ‘politicamente correto’ que, na maioria das vezes, não corresponde à verdade. A grande crise que vivemos é a falta de interesse pela verdade. E onde se desperta o interesse pela verdade sobre o homem é na família.
Por isso, devemos manter acesa em nós e em todos que nos cercam a chama do interesse pela verdade, e criarmos um círculo de amigos pela verdade, nos cercarmos de um grupo de pessoas que querem saber a realidade das coisas e não simplesmente o que as coisas parecem ou como alguns querem que elas sejam.
Por exemplo: O que é a família? Esse não é o debate hoje em dia. Não o que a família de fato é, mas, sim, o que querem que a família seja segundo uma nova visão de mundo e de organização da sociedade... não estão interessados na essência.
A utilidade, porém, é muito mais produtiva quando se sabe a identidade. Mas o mundo não percebe isso. A verdade é fundamental para se ter uma vida útil. Quanto mais eu sei a realidade de fato, mais eu posso tirar bom proveito dela, sem destruí-la. Dizem que os mais ativos na Igreja são os mais contemplativos. Um exemplo disso é Santa Teresa de Jesus. Que praticamente trancada dentro de um convento, mudou a Igreja e o mundo. Uma contemplativa era tão ativa, que chegou a ser até conselheira do rei Felipe II. Só quem sabe se interessar pela verdade, tirará proveito da realidade.
O que é interesse? É uma atitude da alma, especialmente e concretamente, é um fenômeno da inteligência. Um fenômeno é algo que está presente de forma bem explícita. Temos um estado de ânimo naturalmente interessado pela verdade. A inteligência humana se interessa em primeiro lugar, não o que é útil ou conveniente, mas pelo que é verdadeiro.
Esse fenômeno está presente em toda pessoa. O homem é um ser (não simplesmente um animal) racional. Chamar alguém de ‘burro’ é a pior das ofensas... e vemos hoje um emburrecimento coletivo, não só das crianças e dos jovens, mas de toda população brasileira. Um povo emburrecido pode ser utilizado e manipulado como se quer. Isso não vem de hoje, destes tempos de turbulência política, mas já é de um bom tempo.
Quando eu era criança, víamos peças consagradas de teatro brasileiro e mundial na TV. Hoje temos “Malhação”... e quanta gente descansa deitada diante da televisão. Vemos um obscurecimento do interesse pela verdade. 
Inteligência e vontade livre são as maiores características distintivas do ser humano. Uma pessoa que vive isso em plenitude é chamada de ‘interessante’, justamente porque tem interesse pela verdade e contagia os outros para que também o desenvolvam. O desejo propriamente humano é o de conhecer a verdade. A Bíblia fala que é preciso sermos pessoas de desejos fortes.
O que é interesse? Repito. O que é o nosso impulso pela verdade? A primeira origem da palavra interesse é do latim “inter – esse”, ou seja, estar entre dois pontos. Entre a realidade e a virtualidade. Me inclinou para o que é ou o que perece ser? Outra origem provável é “inter – est”, isto é, entrar no ser. Não basta só estar entre dois polos, é procurar chegar ao âmago do que cada realidade é.
O que se entende por verdade?  Muitos discutem isso de forma polemizada. A verdade é relativa, o que é verdade depende da pessoa, da cultura, da época, a verdade é uma imposição da Igreja, a ciência é que nos diz o que é a verdade, existem várias verdades,... há verdades tão falseadas e maquiadas e que são absorvidas pelas pessoas como verdades absolutas.
O que é a verdade? É algo naturalmente desejável porque somos seres inteligentes. É uma realidade que buscamos e queremos. É um dos três transcendentais que buscamos descobrir e viver: a verdade, a beleza e o bem. E não são só elementos desejáveis, mas também palatáveis e agradáveis, ou seja, dão prazer ao ser humano. A verdade não é algo criado artificialmente, mas é algo que o ser humano busca naturalmente e é a realidade adequada à nossa natureza humana racional. É perfeitamente ajustável à nossa natureza, seja a verdade das coisas, seja a verdade lógica. Não é a realidade que tem que se conformar à minha inteligência e não o contrário. As coisas são como são e não como eu quero que sejam. Cabe a minha inteligência conhecê-las e não distorcê-las a partir das minhas ideias. E hoje o que mais vemos é essa arrogante filosofia imanentista.
A verdade ética também é algo que deveria instigar a todo ser humano. Nem todos se interessam pela metafísica, por exemplo, mas pelas verdades lógicas e éticas e morais precisam despertar o interesse de qualquer pessoa. Alcançar a concordância entre o juízo da minha inteligência e o que tenho diante dos meus olhos. Quero alcançar o ajuste entre a realidade como ela é e a minha inteligência.
Cada um de nós está não só diante de realidades, mas também eu sou uma realidade. Devo ter interesse de me conhecer. Eu sou uma realidade entre realidades. Quando eu me interesso por conhecer a verdade sobre mim, torna-se muito mais forte o meu interesse por outras realidades. Se não me importo comigo mesmo, terei interesse real e pessoal (e não simplesmente útil) pelas pessoas.
Estamos tão acostumados com as coisas artificiais, produzidos industrialmente quanto culturalmente, que nos esquecemos, ou duvidamos, da beleza do que é natural.
Jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, com o título: ‘Prática do Aborto Pós-Nascimento Ganha Defensores no Meio Acadêmico’. Ora, a universidade deveria ser o espaço onde se busca a verdade, mas podem acabar emburrecendo as pessoas. Eis a reportagem completa:

“A ideia de matar recém-nascidos tende a causar repulsa em qualquer sociedade civilizada, mas a crescente aceitação acadêmica do chamado “aborto pós-nascimento” mobiliza entidades pró-vida e defensores dos direitos da infância para o risco de uma relativização radical do direito à vida. Motivados pela tese de que uma pessoa só pode ser considerada como tal quando tem consciência de si, os entusiastas dessa visão consideram o homicídio infantil legítimo e fazem seguidores.
 Embora a base conceitual para esse pensamento venha de autores do século 20, as tentativas mais recentes de legitimar a eliminação de bebês ganharam divulgação internacional em 2012, quando a dupla de filósofos italianos Alberto Giublini e Francesca Minerva, docentes da Universidade de Melbourne, Austrália, publicaram o artigo “After-birth abortion: why should the baby live?” (em português, “Aborto pós-nascimento: por que o bebê deveria viver?”), no Journal of Medical Ethics, um reconhecido periódico científico na área da Bioética. Os pesquisadores partem do princípio de que não há diferenças relevantes entre o feto e o recém-nascido. Portanto, se há aceitação do aborto, não faz sentido criminalizar a eliminação de um bebê, apenas por este ter deixado o útero materno.
 Uma das justificativas seriam as estatísticas de diagnósticos de síndrome de Down. Os pesquisadores lembram que apenas 64% dos casos registrados na Europa são detectados em exames pré-natais, o que resulta no nascimento de centenas de bebês portadores da síndrome. Segundo a lógica da dupla, se o problema fosse detectado com a criança ainda no útero, o aborto comum seria uma opção, mas nos casos em que isso não é possível, os pais deveriam ter o direito de matar a criança logo após o parto.
 Giublini e Minerva, no entanto, deixam claro que não apoiam o infanticídio apenas do que chamam de pessoas “sem potencial de vida saudável”. Para eles, o direito de decidir sobre a vida de uma criança que ainda não tem cons-ciência de si caberia exclusivamente aos pais e aos médicos.
 Um levantamento feito em outubro em universidades americanas dos estados de Minnesota, Flórida e Ohio, mostrou haver em todas as cidades estudantes que concordam com o aborto pós-nascimento.
 “Eles justificam sua posição dizendo que alguém só é plenamente humano quando se torna consciente sobre si mesmo, o que só ocorre por volta dos 4 anos”, relata a uma publicação local Kristina Garza, dirigente de uma das ONGs responsáveis pelo levantamento.

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 Embora preocupante, o resultado não aponta necessariamente uma tendência de apoio popular à ideia. Uma pesquisa feita em 40 países em abril deste ano, pelo Pew Research Center, mostrou forte rejeição ao aborto, em qualquer etapa.

Debate
 Estudo foi motivo de repúdio
As reações ao estudo de Giublini e Minerva foram intensas. Artigos criticando e rebatendo o texto foram publicados em jornais da Europa e dos Estados Unidos, e houve centenas de manifestações na internet, o que levou os autores a publicarem um pedido de desculpas. Eles lamentaram que o debate tenha saído dos círculos acadêmicos e afirmaram que não estavam propondo políticas públicas, mas fazendo apenas “um exercício de pura lógica”.
 Cerca de um ano depois, em maio de 2013, o mesmo periódico publicou uma coletânea com 31 comentários de eticistas de todo o mundo sobre o infanticídio. Alguns deles voltaram a defender a prática como um ato aceitável. O próprio editor da revista, Julian Savulescu, assume seu lado no debate e abre a edição vinculando o assunto a outro tema controverso da bioética. Para ele, a discussão sobre a moralidade do infanticídio “é importante e digna de atenção acadêmica, porque toca em uma área de preocupação que algumas sociedades tiveram a coragem de enfrentar honesta e abertamente: a eutanásia”.

Internautas se revoltam contra campanha de revista pela legalização do aborto
A campanha que a revista TPM lançou em novembro, em defesa da legalização do aborto, têm resultado em diversas reações de repulsa nas redes sociais. Para se antepor a hashtag #precisamos falar sobre aborto, lançada pela publicação, usuários do Twitter e do Facebook lançaram a hashtag #precisamos falar sobre assassinato de bebês e passaram a postar fotos de si mesmos com cartazes exibindo a frase. A página de resposta à TPM, criada no dia 19 de novembro Facebook, e que tem como nome a mesma hashtag, alcançou em uma semana cerca de cinco mil seguidores.
 “Uma coisa é discutir o aborto com base em estatísticas verdadeiras, agora o que a revista está fazendo é mera propaganda do aborto como se ele fosse um tipo de ‘solução’ para a gravidez”, diz Guilherme Ferreira, diretor local da CitizenGo, uma plataforma de petições online. Ele lembra que o aborto é crime no Brasil, em qualquer circunstância, sendo apenas não punido em casos específicos. “O que a revista está fazendo é apologia, não se trata de debate democrático”, diz.
 Para defender a causa, a publicação alega que o aborto é “a questão feminina mais urgente e menos discutida no país”, embora o assunto seja tema de frequentes audiências públicas no Congresso Nacional, foi discutido por juristas e parlamentares na formulação do projeto do novo Código Penal, em 2013, e surgiu como tema em debates transmitidos pela tevê entre candidatos à presidência, nas eleições de outubro.”

Ora, um exercício de pura lógica é que minha inteligência veja as coisas como elas são. Nos choca, mas está no meio acadêmico. Nossos jovens estão expostos a isso todos os dias. As pessoas estão se emburrecendo e enburrecendo os outros. Como algumas vidas não são uteis é valido descartá-las.
Como urge sermos educadores da verdade em um mundo em que o artificial atrai muito mais que o real. A inteligência humana é manipulada para abafar nela o interesse natural pela verdade. Some-se a isso o trabalho dos meios de comunicação para disseminar a mentira e o erro. Mais do que nunca, cabe a cada um de nós acender e manter aceso o desejo pela verdade.

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