domingo, 22 de maio de 2016

SIMPOSIO NACIONAL E PEREGRINAÇAO 2016




 
 
No sábado, dia 21 de maio, aconteceu em Aparecida do Norte, o 6º Simpósio Nacional das Famílias. Vamos acompanhar as principais conferências e testemunhos deste dia de formação e partilha.

 

A VIDA NASCENTE PEDE MISERICÓRDIA, com Padre Hélio Luciano

Vamos começar nosso encontro falando sobre a defesa da vida. Primeiro, uma provocação. Na vida eterna com Cristo, teremos corpo material ou seremos apenas espírito? No Credo, rezamos: Creio na ressurreição da carne... então... teremos corpo, sim. Muita gente não tem consciência disso. É necessário termos boa formação. Qual a nossa missão como Pastoral Familiar na defesa da vida? Existem pessoas morrendo e pessoas morrendo por falta de atenção nossa. Existem mulheres sofrendo o drama do aborto por falta de atenção nossa também. As mulheres que abortam sabem que esse é um gesto horrível, mas no meio do seu desespero, ela pode não encontrar ninguém que a mostre uma outra solução.

Estamos no ano da Misericórdia. Apenas sentimos pena ou nos mobilizamos, doamos a vida para tirar o irmão das suas misérias¿ a miséria do outro deve estar no meu coração e eu devo me sentir responsável por ele. Num nível bem mais elevado, recordamos Deus que é a mais pura misericórdia. Por mérito próprio, não merecemos nada. Não mereceríamos nem ter sido criados. Mas Deus quer dividir tudo o que é e que possui conosco, por amor. Não conseguiremos ser perfeitos como Ele, mas somos convocados a darmos o nosso melhor.

Não adianta acusar. Esta é a atitude de Deus e não de Cristo. E a atitude do cristão deve ser a de entrar no problema da pessoa, sofrer com ela e resgata-la.

Sabemos que existem pessoas e organizações nacionais e internacionais empenhadíssimas em legalizar o aborto no Brasil. Superdimensionam os problemas para tentar convencer autoridades e a sociedade. Mas do outro lado, os defensores da vida caem no mesmo erro, muitas e muitas vezes. Um exemplo disso é, por exemplo, usar fotos de bebes abortados para chocar os outros. Ora, são fotos de seres humanos mortos. Não temos o direito de manipula-los.

Uma vertente deve ser a defesa macro da vida, acompanhando as leis que cuidam da vida e da família. Uma estratégia muito comum é dizer que o aborto é um problema de saúde publica, alegando que 200 mil mulheres morrem por ano em decorrência de abortos clandestinos. Esses dados são absurdamente falsos. O DATA SUS por exemplo divulgou no ano de 2010 que 66 mil mulheres em idade fértil morreram das mais diversas causas.

Vejam as manipulações sentimentais como no caso da mulher que sofre por saber que esta gravida de um filho deficiente. Ora, deve, então, sofrer duplamente por ainda carregar a culpa de ger matado seu próprio filho¿ a anencefalia, por exemplo, é uma deficiência que pode ser evitada com ingestão de ácido fólico no período pre Natal.

Não nos preocupa a opinião pública. O que nos interessa são as pessoas reais. O bebe não nascido, a mulher que sofre... o que temos feito Lara ajudar de forma concreta as pessoas concretas¿

Em poucas ocasiões na sua vida pública Jesus estava com as multidões. Ele queria o contato um a um, pessoa a pessoa. Exemplos clássicos são o encontro de Jesus com a Samaritana ou a adúltera que estava para ser apedrejado, ou com Zaqueu... O nível macro é importante, mas não podemos esquecer das pessoas reais e concretas. Conversar com elas, nos interessarmos por sua vida e seu sofrimento. Ainda que tivéssemos leis perfeitas para o aborto, isso não evitaria que pessoas abortassem e nem que sofressem profundamente com isso, as vezes para a vida toda.

Não sejamos ingénuos no nível macro, mas também não sejamos insensíveis no nível de cada pessoa humana. Não há machismo maior que o aborto, porque só quem se livra nessa situação é o homem. A criança para com a própria vida e a mulher sofrerá com a dor de ter mantado o próprio filho.

A defesa da vida envolve tempo, energias, dinheiro. Ou ficamos apenas no nível superficial da compaixão ou entramos profundo na verdadeira misericórdia.

Já há filósofos e sociólogos estudando o fenômeno bipolaridade ideológica especialmente nas redes sociais em que pessoas só se agridem. Essa não é uma boa estratégia. Devemos sair daqui hoje com um projeto concreto de ajuda às mulheres que pensam em abortar ou abortaram.

 

 

O AMOR NA FAMÍLIA, com Dom João Bosco

 

A culminância do caminho sinodal e dos muitos caminhos que envolvem a família no mundo estão resumidos na exortação Amoris Laetitia. Há pouco mais de um mês a conhecemos, portanto, sempre há algo novo a descobrir, lendo e relendo o documento. É pouco tempo não só para conhecer mas para colocar em pratica toda essa riqueza. Como o próprio papa pede para evitar interpretações superficiais ou errôneas. Se isso acontece, uns aplaudem e outros criticam e acabamos vivendo esse ódio de lados opostos que o padre Luciano mencionou, por quem pensa diferente de mim.

O documento é grande pela extensão e grandioso por sua proposta realmente inovadora, que é a cara do papa Francisco. Sem fazer mudança na doutrina da Igreja e nem mesmo em praticas pastorais, tem feito muitas mudanças, especialmente no modo do mundo ver a Igreja. O texto vem carregado da sua alegria, falando de modo positivo, esperançoso e misericordioso do amor de Deus derramado nas famílias.

Na Evangelii Gaudium, o papa já alertava que não fosse um documento para ir para gaveta, mas um programa de vida e de pastoral. A Amoris Laetitia vem neste mesmo sentido. Para compreender seu conteúdo melhor o papa enviou previamente um bilhete aos bispos, pedindo que, para aproveita-lo melhor relessem antes a Gaudium et spes do Concílio Vaticano II, a Humanae Vitae, a Familiaris Consortio. Sem que nenhuma dessas fontes seja ultrapassada ou substituída, a Amoris Laetitia vem para enriquecer e atualizar a ação misericordiosa da Igreja sobre a família atual. Cuidado com a mídia que distorce tantos fatos. Com seu jeito, papa Francisco consegue sabotar a imagem caricaturada que a mídia que fazer da Igreja.

Não é um documento de chegada, mas de partida, da Igreja em saída. Responde abrindo horizontes e não fechando, sem normativas, mas pedindo delicadeza e discernimento e sobretudo uma visão positiva da família, redescobrindo a alegria do amor.

Mas não podemos ver isto de forma simplória. Se consideramos que Deus é amor e que tudo na nossa vida depende do amor, é necessário conhecer muito do amor verdadeiro.

Vou mencionar apenas dez pontos. É pouco mas deve nos instigar a irmos a fonte. O papa parte de Palavra de Deus, do salmo 127 numa linda exegese, indo depois para o Gênesis com sua beleza e seus dramas. Fala também de I Cor 13, esmiuçando cada característica do amor.

1- Caridade conjugal

2-  O amor é um caminhar que deve olhar sempre para o futuro. Não nasce perfeito, mas pode ir crescendo com um apoiando o outro.

 3- Amizade na família – depois de Deus nossa família é o nosso maior amor, incluindo respeito, sexualidade, paixão, intimidade, ternura, estabilidade, reciprocidade... amor que precisa ser cultivado a cada dia.

4- Amor conjugal que é de exclusividade indissolúvel – quem ama de fato encara o desafio do amor ser eterno

5- A alegria é a marca do amor – não pode ser obsessiva e nem ligada a determinadas coisas, mas a vida familiar como um todo. Combina satisfação e fadiga, tensão e repouso, aborrecimentos e prazeres. Cultivar a verdadeira beleza, dos olhos que veem com amor, que vê a grandeza de um ser humano que está diante de mim e me leva a buscar o seu bem, mais até do que o meu próprio. Daí vem as verdadeiras alegrias.

6- O casamento não só um papel assinado, nem uma cerimônia. Mas mostra a seriedade da identificação com o outro, mostra publicamente a maturidade, que está disposto a crescer. O matrimônio tem um papel social da missão do amor na sociedade. É tão importante que vale a pena assumir o risco e, por isso, mesmo deve ser bem ponderado, mas sem ser adiado indefinidamente.

7- O capítulo sobre o diálogo é muito lindo no documento. Daria por si só um livro. Como é preciso saber usar bem essa ferramenta fundamental. Precisa ser sempre exercitado, especialmente neste mundo tão turbulento em que vivemos.

8- A sexualidade e as emoções precisam ser bem aprendidas e vividas. O papa recorda que e a Igreja sempre foi criticada por sufocar as paixões, por proibir e condenar. Deus ama a alegria dos seus filhos. Nesta parte, recorda seu antecessor, Bento XVI, na Deus Caritas Est. O que prejudica não é o prazer, mas quando o prazer se torna um Deus e faz com que eu veja as pessoas como objetos. Se forem orientadas sempre para um projeto de autodoação, virá a felicidade plena.

9- A vida está cada vez mais longa graças ao avanço das tecnologias e da qualidade de vida. É preciso esforço redobrado para manter o amor por muitos e muitos anos. É um ícone da fidelidade de Deus que dura toda a eternidade. Mesmo que o corpo e a mente feneçam o amor pode ser cultivado.

10- Espiritualidade familiar que tem sua fonte no mistério da Trindade. Na unicidade e diversidade da família é que se encontra a imagem mais perfeita de Deus.

 

Viver a cada dia este amor concreto e real é a missão de cada família.

 

O AMOR NA FAMÍLIA: CAP. IV e VIII, com Dom Wilson

 

O Papa não trouxe nenhuma mudança radical com a exortação pos sinodal. Mas, ao mesmo tempo ele procurou não deixar nada de fora deste documento. Além disso, os temas abordados dizem respeito à realidade das famílias. Pastoralmente, sua preocupação se manteve na forma de agir e ajudar às famílias, abordando questões do dia a dia e de espiritualidade.

Para lermos o documento, o Papa aponta alguns princípios:

1)      A inclusão. Ninguém deve ficar de fora. TODOS devem estar inseridos.

2)      A Misericordia, que também devemos aprender a vivenciar.

3)      A Gradualidade. Não se trata de enfraquecer a norma, mas de ir adquirindo-a aos poucos.

4)      A alegria que já foi mencionada na reflexão  anterior

5)      O cuidado com o outro, o que, na vida familiar, é fundamental

6)      Discernimento. As palavras chaves da Amoris Laetitia são discernir, acompanhar e integrar. Em muitas situações é preciso discernir caso a caso.

7)      Norma e situação concreta. É preciso haver uma interpretação e nem sempre a norma pode ser o primeiro princípio, mas sim a caridade

8)      Evitar a rigidez, mas também não cair no relativismo. É preciso buscar o equilíbrio.

9)      Colegialidade. O papa quis a opinião da Igreja toda e sempre quer convocar os bispos para conversarem juntos. Esse princípio é bem claro.

10)   Conversão pessoal e pastoral

11)   Via Caritatis, ou seja, o caminho da caridade.

12)   Ética sexual diante de tudo o que se induz no mundo de hoje

13)   Valorização do subjetivo, respeitar a forma como a pessoa entende a norma, ainda que precise ser corrigida e orientada. O caminho novo pode começar a partir daí.

14)   A misericórdia excede a justiça.

 

O documento dá forma externa ao foro interno. Este último pode ser o ponto de partida de um processo de conversão. Vale aprofundar a questão da caridade anteceder a norma, olhar a lei natural também como critério.

É preciso pensar no tempo, no processo, na situação em que cada pessoa se encontra. E quando falamos de espaço, nos referimos a domínios de situações.

O documento trás varias situações de São Tomás de Aquino, que define muito bem os sentimentos e analisa o ser humano profundamente.

O documento explica que nem todos os que estão numa segunda união estão necessariamente em pecado, pois é preciso avaliar a vida matrimonial de cada casal.

Nos n. 250 e 251 o documento é bem claro ao afirmar que as pessoas com tendências homossexuais devem ser respeitadas e acolhidas, e que não há como se comparar à união do homem e da mulher.

Reafirma a doutrina sobre o mal intrínseco da contracepção, e fala da ajuda aos casos dos matrimônios mistos e das famílias monoparentais.

No capítulo VIII vemos as sugestões pastorais para as pessoas feridas pelo divórcio e que estão em uma segunda união.

Não julgar nem aplicar diretamente a norma, acolher, acompanhar, incluir. Buscar na vida das próprias pessoas os elementos que favorecem seu crescimento espiritual. Receber o que há de bom em uma vida aparentemente toda irregular. Perceber situações culturais que podem influenciar os casais também.

O papa fala que a igreja tem duas lógicas. Uma é a de marginalizar o pecador e fazer julgamentos negativos, separando certas pessoas. Ou podemos ter a lógica da inclusão, chegando até a pessoa ferida e trazendo-a para perto, para cuidar dela. Esse é o caminho que devemos sempre trilhar. O caminho da misericórdia.

A nossa ajuda é exatamente a de auxiliar a própria pessoa ferida a reencontrar seu caminho na igreja. Que ninguém seja condenado para sempre. Aqui entre o discernimento. Que não se trata absolutamente de abrir exceções ao bel prazer. Há critérios importante, sem dúvida, como o de não causar escândalo a comunidade, por exemplo. A lógica da integração é a chave do discernimento pastoral e de se conhecer situações atenuantes.

Deve-se, ainda, estimular todos os casais a que sejam bons exemplos para os jovens, mesmo entre os casais em uma segunda união.

Sabemos de todas as dificuldades mas não devemos propor nada menos do que um ideal pleno. Não existem famílias perfeitas, mas existe um modelo perfeito de família. Não podemos ser simplesmente uma pastoral de administração de fracassos, mas de promoção de famílias cristãs fortes para que essas situações de sofrimento possam ir diminuindo cada vez mais. Esse tipo de testemunho é fundamental para os jovens.

Não imponhamos condições á misericórdia, que não exclui nem a justiça, nem a verdade. Devemos sempre ter a esperança de que a pessoa pode mudar, pode melhorar. Trilhemos este caminho na nossa forma de fazer Pastoral Familiar.
 
Na parte da tarde, a programação teve, ainda, diversos testemunhos de iniciativas frutíferas em favor da defesa da vida humana. E o encerramento no sábado foi com o Santo terço, missa e procissão.
No domingo, dia 22, todas as missas do Santuário foram em intenção à união e santificação das famílias.

domingo, 15 de maio de 2016

FORMAÇÃO SOBRE A AMORIS LAETITIA

Registros da formação do sábado, 14 de maio, promovida pela Pastoral Familiar, na sede da Arquidiocese, o Edifício João Paulo II, na Glória. O tema não poderia ser outro: a Exortação Apostólica Amoris Laetitia. Na primeira parte, Dom Antonio Augusto deu um panorama geral sobre o documento e, após o intervalo, focou no capítulo 08, que trata dos casos que precisam de acompanhamento personalizado. Além da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o evento recebeu também a Comissão de Pastoral Familiar do Leste I.




domingo, 8 de maio de 2016

FELIZ DIA DAS MÃES

A Pastoral Familiar da Arquidiocese do Rio de Janeiro deseja um feliz e abençoado DIA DAS MÃES àquelas que são um raio da luz de Deus em nossas vidas! A vocês, a nossa oração e a nossa sincera homenagem. Seja Maria, Mãe de Deus e nossa, seu modelo e seu guia na caminhada!