sexta-feira, 29 de junho de 2012

RETIRO DA PASTORAL FAMILIAR (4)

2ª palestra:
A Transmissão da Fé

Porta Fidei, 15: “Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro... ). Com firme certeza, acreditamos que o Senhor Jesus derrotou o mal e a morte.”
O ano da fé vem nos lembrar a vivermos com “certezas”: a que resume todas, é a certeza de um amor autêntico e duradouro que faz com que acreditemos que Jesus venceu o mal e a morte. Qual é o maior tesouro que recebemos das gerações passadas? A fé. E a fé como uma certeza que se nós formos firmes e testemunhamos Deus ao mundo, nossa esperança não se abala. E assim, vamos construindo um mundo um pouco mais humano. O mundo tem muitos mistérios e ainda que a ciência julgue que revelou todos os mistérios ainda restarão muitos mistérios da fé!
Uma forma muito contundente de caridade que transmite a fé é a amizade. Na boca de Cristo, as palavras “amor” e “amizade” tinham uma identificação total. Nossa fé tem que nos tornar mais amigos uns dos outros. A amizade é um canal excelente para se transmitir a fé.
Disse Jesus, no Evangelho de João: “Já Não vos chamo servos, mas amigos.”. Deus precisa da nossa amizade para que as outras pessoas percebam através de nós, que Ele é amigo. E a amizade é inclusiva. E se nós somos amigos de Deus, temos que tornar Deus amigo dos nossos amigos. São João disse em sua Primeira Carta: “Quem não ama, não conhece a Deus.”. Podemos ampliar este sentido, dizendo que quem não é amigo, não conhece a Deus. Assim, foram fazendo todos aqueles que iam tendo seu encontro com Jesus: André convidou Pedro, João convidou Tiago, Filipe convidou Natanael... a fé se espalhou graças à amizade. E a amizade existe quando se coloca o ser humano em primeiro lugar. Da multidão Jesus chamou 72, e destes escolheu 12 para serem seus amigos.
Se a distância ou o tempo nos fazem perder a amizade é porque essas amizades nunca estiveram enraizadas na fé. Se perdemos uma amizade é porque não nos dedicamos a ela, e este fato deve nos levar a questionarmos como está nossa amizade com Cristo. No final de sua vida, Jesus ora ao Pai e diz: “Não perdi nenhum daqueles que me destes.”. O tempo de um telefonema... não importa quando nomes temos no Facebook, mas quanto amigos temos de verdade. Nada substitui o relacionamento do tu-a-tu. O amigo é o outro eu. Como eu quero ser tratado, devo tratar os meus amigos. No nosso plano de vida e de trabalho, os amigos precisam estar presentes.
Nosso relacionamento com Deus é medido pelos nossos relacionamentos com os irmãos, com os amigos. I Cor 13 fala do amor, da caridade, mas podemos transferir também tudo isso para a amizade. E todas essas características bastam para uma pessoa conhecer a Deus. Precisamos ser pacientes até amando os defeitos dos amigos. Não gostando, mas compreendendo suas limitações. Afinal, o que nos diferencia uns dos outros são nossas qualidades e nossos defeitos. Se não amamos o outro com seus defeitos, isso é uma falsa amizade, é puro interesse. Precisamos ser pessoas magnânimas, termos coração grande. A fé dilata o coração, fazendo com que lá caibam todos. A amizade também é magnificente, ou seja, não mede esforços para fazer o bem a todos. O contrário disso é a mesquinharia, o coração pequeno que só faz o possível, o que está ao seu alcance. Podemos levar muitas pessoas para o céu ou para o inferno, dependendo que como tecemos nossa teia de relações.
Como é triste ver uma pessoa que procura um padre, porque não teve um bom e verdadeiro amigo de fé que o orientasse. Quando a fé é madura nos torna apoios dos outros, como uma carta de baralho que, sozinha, não se sustenta, mas quando apoiada em outra, é capaz de construir castelos. Se uma pessoa não se apoiar na outra, vai se apoiar em quê? Nas drogas, no excesso de trabalho, na bebida, etc.
A equação é simples: fraqueza + fraqueza = força. Quantas vezes colocamos as pessoas “difíceis” na geladeira... Se não encontramos um verdadeiro ombro que nos apóie corremos o risco de encontrarmos falsos amigos. Santo Inácio de Antioquia diz: “O Cristianismo não é obra de persuasão, mas de grandeza de coração.” Não vamos convencer ninguém a viver a fé, porque somos persuasivos, mas só se soubermos amar. A transmissão da fé será fruto da amizade, deste amor que dilata o coração.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

RETIRO DA PASTORAL FAMILIAR (3)

2ª meditação:
A fé e a caridade

Diz a Porta Fidei, 8: “Queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a sua adesão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver.”
A fé implica um testemunho e um compromisso públicos. Precisamos nos comprometer com o mundo em que vivemos, não podemos dar as costas a ele. Temos que nos comprometer, graças à fé, com o mundo e amá-lo profundamente.
Na Porta Fidei, o Papa fala do Concílio Vaticano II, do Catecismo. Fala dos conflitos entre fé e ciência, diálogo do qual não podemos fugir ou abrir mão, especialmente nas áreas da educação, direito e medicina. Só para citarmos um exemplo, professamos raiz da dignidade do ser humano não está numa Declaração da ONU, mas no fato de sermos filhos de Deus e de crermos que o Filho de Deus se encarnou, assumiu nossa humanidade.
A fé sem a caridade não dá fruto e a caridade sem a fé é mero sentimentalismo. Podemos acabar nos inclinado a certas posições que são contrárias ao plano divino. Como podemos testemunhar a fé com a caridade. Primeiro: vivendo nossa autenticidade cristã. Não precisamos ser perfeitos da noite para o dia. Não há santos na terra. Só seremos santos no último instante da nossa vida, quando Deus assim o reconhecer. Mas devemos ser autênticos, ou seja, precisamos estar convencidos do nosso valor. Não temos que ser perfeitos, precisamos ser autênticos. Não temos a Verdade, porque a Verdade não é uma fórmula, é uma pessoa: por isso, queremos conhecer e mostrar aos outros essa pessoa que é a Verdade, o Caminho e a Vida: Jesus.
O Papa João Paulo II, nomeou Santa Edith Stein como padroeira da Europa para os tempos modernos. Grande filósofa, conta que começou a perder sua fé judaica, nas celebrações do Pessach, quando via seus irmãos mais velhos fazendo um mero teatro, porque não acreditavam naquilo que celebravam. Não havia testemunho autêntico. Não devemos ser perfeitos, no sentido de sermos impecáveis. Entendam bem: precisamos ser autênticos e coerentes, vivendo segundo aquilo que cremos. O cristão, para ser uma boa testemunha do Evangelho, não pode ser simplesmente uma pessoa piedosa. O que atrai para a fé é sermos serenos, sermos capazes de acolher a graça batismal e vivê-la, mesmo em meio aos abalos que a vida nos traz. Hoje, muitos se voltam para o Cristianismo fugindo da ansiedade, da angústia... porque se espelham em cristãos que dão testemunho de serenidade e confiança em Deus. Jesus dizia, em Mateus, cap. 6: “Não vos preocupeis...”; “A paz esteja convosco...”, em João, cap. 20. Tantos procuram a paz pelas drogas ou por outros meios... jamais a encontrarão... Seria tão bom se pudessem encontrar a paz que vem Deus através de pessoas de fé.
Um grande ato de fé é confiar nas pessoas. Não por elas mesmas, mas porque Deus confia em todos os seus filhos. Não devemos ser reservados neste sentido. A história da decadência de cada pessoa tem sua origem na perda do sentido do seu próprio valor. Não que isso seja conseqüência de um raciocínio lógico, mas quando percebem que os outros não confiam mais nela. Jesus, em João 8, confia na mulher adúltera, e exige dela, na dose certa: “Vá e não peques mais.”. Devemos começar exigindo de forma gradual, equilibrada, de nós mesmos. E depois dos outros. Exigindo na medida certa. Há muitas pessoas que se animam a ser melhores quando se sentem como confiáveis e exigidas. Isso porque confiar e exigir são sinais de amor.
Uma pessoa querida é admirada e a confiança exige de nós amor. A palavra “admirar” serve bem para explicarmos melhor. A palavra “ad” significa “para fora” e “mirar” é olhar. “Não julgueis e não sereis julgados.” – Jesus nos convida a admirarmos o outro, olharmos para fora, não de dentro de nós mesmos e das nossas “traves”, mas olhando com os olhos de Cristo, que só vê o bom, o belo, o valor do ser humano. Com atitudes de admiração ao ser humano, estaremos testemunhando nossa fé, revelando Deus aos demais.
Karol Wojtyila, ainda bispo recém-ordenado, participou do CVII, colocando à disposição sua experiência pastoral e teológica. Ele criticou profundamente o projeto da Gaudium et Spes e chegou a dizer que sua primeira redação deveria “ser jogada no lixo”. Destacou que era um texto em que a Igreja ensinava ao mundo, colocando-se por assim dizer, por cima do mundo, e exigindo que ele lhe obedecesse. O então jovem bispo afirmou que a igreja não tem que simplesmente instruir o mundo, mas buscar um modo de expor a fé que não deve convertesse nunca em onbstáculo para que os outros descobrissem Cristo.
Dialogar não é diluir a Verdade, mas é aprender de todos, é ensinar, aprendendo. Tirar o bem até mesmo do mal. O Bem Supremo, sem mistura de mal, só Deus. O mal, ao contrário, sempre existirá com um pouco do bem indevido. As pessoas erram porque acham que estão fazendo algo de bom, mas vão por caminhos errados. Todos nós, por exemplo, temos dignidade e valor, e temos. por exemplo, queremos descansar, e é um direito que temos, mas se toca o telefone pedimos para a empregada dizer que não estamos, ainda, assim, isso será uma mentira. O bem legítimo quer ser obtido por um "bem indevido", e isso é o mal. A Igreja precisa ajudar as pessoas a enxergar o bem que procuram.
João Paulo II foi em muitos países africanos em que a poligamia era um estilo de vida. Ele os acolhia, mas falava do amor humano, dentro da doutrina cristã. Não condenava a poligamia, mas também não deixava de falar a Verdade. Ia dando passos de acordo com as realidades. É a “pastoral da gradualidade”, entendendo o bem que a pessoa é capaz de entender e viver naquele momento da sua vida e história. Ao viver a fé, vamos ao essencial.
Não podemos insistir naquilo que tira as pessoas do caminho da fé. Por exemplo, o sexto mandamento é só o sexto. A essência está no primeiro, no segundo... nos cinco primeiros... não se pode viver a castidade se não se sabe amar! O grande problema dos jovens hoje, são problemas de relacionamentos perdidos, mal-resolvidos. Na “pastoral da gradualidade”, o amor é a essência de tudo, no final das contas! Se reduzirmos a moral cristã ao sexto mandamento, jamais ajudaremos as pessoas a viverem a moral cristã de forma autêntica.
Em 2006, o Papa respondeu a um jornalista no V Encontro Mundial das Famílias em Valência que questionou que ele não havia falado sobre aborto, eutanásia e “casamento gay”. Ao que ele respondeu que tinha idéias positivas para propor, que era necessário dizer o que nós queremos e não o que não queremos. Não podemos mais perder tempo proibindo e acusando. Hoje em dia, confunde-se negativismo com omissão. Muitos não percebem que precisamos testemunhar pelo positivo, indo ao essencial. Perceber o erro, será uma conseqüência da descoberta da Verdade. Esse é também uma grande prova de caridade.
É preciso dar também este testemunho de fé também de forma falada. Não podemos deixar de lado a linguagem. E a linguagem adequada é o diálogo sincero, uma linguagem existencial. Deus é o comunicador por excelência e nós somos convidados a sermos comunicadores autênticos da Verdade e do amor. É preciso comunicar de forma clara o que se “ganha” com a fé. O que aconteceu de bom na minha vida a partir da minha conversão? Não será só uma fé falada, mas uma fé vivida. As pessoas não querem saber como proclamamos a nossa fé, mas como a vivemos. A maior homilia de um padre é o seu modo de ser. Não basta sermos professores de religião, precisamos falar de uma fé vivida e encarnada.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

RETIRO DA PASTORAL FAMILIAR (2)

Continuamos trazendo aos nosso amigos internautas, nossa família virtual, os temas desenvolvidos no Retiro Anual da Pastoral Familiar, realizado neste domingo, dia 24 de junho, em que a Igreja celebrou a Natividade de São João Batista. Nada poderia ser mais "familiar", não é?! Carinho de Deus para esta data. Aproveitamos também para colocar as fotos do retiro na nossa galeria no final do blog. Confira os momentos marcantes e continue conectado ao longo desta semana para ficar por dentro das palestras e meditações maestralmente desenvolvidas por nosso bispo animador, Dom Antonio Augusto Dias Duarte.


1ª palestra
Histórico do Concilio Vaticano II

A Porta Fidei, 4, explicita: “À luz de tudo isto, decidi proclamar um Ano da Fé. Este terá início a 11 de Outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013. Na referida data de 11 de Outubro de 2012, completar-se-ão também vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, texto promulgado pelo meu Predecessor, o Beato Papa João Paulo II, com o objetivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé. Esta obra, verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II, foi desejada pelo Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985 como instrumento ao serviço da catequese e foi realizado com a colaboração de todo o episcopado da Igreja Católica. E uma Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos foi convocada por mim, precisamente para o mês de Outubro de 2012, tendo por tema A nova evangelização para a transmissão da fé cristã. Será uma ocasião propícia para introduzir o complexo eclesial inteiro num tempo de particular reflexão e redescoberta da fé. Não é a primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um Ano da Fé.
O meu venerado Predecessor, o Servo de Deus Paulo VI, proclamou um ano semelhante, em 1967, para comemorar o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo no décimo nono centenário do seu supremo testemunho. Idealizou-o como um momento solene, para que houvesse, em toda a Igreja, «uma autêntica e sincera profissão da mesma fé»; quis ainda que esta fosse confirmada de maneira «individual e coletiva, livre e consciente, interior e exterior, humilde e franca». Pensava que a Igreja poderia assim retomar «exata consciência da sua fé para a reavivar, purificar, confirmar, confessar». As grandes convulsões, que se verificaram naquele Ano, tornaram ainda mais evidente a necessidade duma tal celebração. Esta terminou com a Profissão de Fé do Povo de Deus, para atestar como os conteúdos essenciais, que há séculos constituem o patrimônio de todos os crentes, necessitam de ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das do passado.”
Vamos nos situar no porquê deste Ano da Fé: comemora os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II (CVII) e os 20 anos da primeira edição do Catecismo.Muitos católicos conhecem muito do que acontece no mundo, mas pouco do que acontece na Igreja Católica. O papa falou de dois grandes tesouros. Ao falar do Catecismo da Igreja Católica, de onde vem a força e a beleza da fé, lembramos de como é importante conhecermos a fé. E o Papa ainda diz que o CVII foi a maior graça da Igreja no século XX, bússola para o início do século XXI. Uma pena que muitos ainda pensem que os frutos do CVII sejam apenas para grandes especialistas, como teólogos ou bispos e o povo ficaria sem acesso a eles. Mas não nos esqueçamos que a Igreja é o povo de Deus!
Tantas coisas que vemos hoje em dia vêm do CVII. Por exemplo, o protagonismo do leigo na Igreja, o diálogo da Igreja com determinados temas da modernidade... não que estas coisas não existissem antes... mas foram muito mais evidenciadas e estimuladas depois do CVII. Da mesma forma, o estudo do Catecismo, que também é para todos. Muitos lêem certos “Best Sellers” espirituais e cada um tem seu “gosto” de leitura, mas nada deveria passar a frente na nossa prioridade de leitura quanto o Catecismo. Estas são prioridades no ano da fé: estudar individualmente ou em grupo, o Catecismo e os documentos do CVII. A própria Pastoral Familiar foi inspirada no n. 50 da Gaudium et Spes para ser mais tarde organizada por João Paulo II na Familiaris Consortio, de 1981.
Para entendermos o CVII precisamos voltar ao século XVIII. Só por ele, poderemos entender os séculos XIX e XX. Todas as grandes mudanças começaram por ocasião da Revolução Francesa. Até então, a Igreja tinha como grande protagonista absoluto o Papa. Suas posições marcaram as linhas principais de atuação da Igreja no mundo. Não foram séculos “papistas”, mas as decisões dos papas nestes três séculos marcaram profundamente a história da Igreja e do mundo. Nós fomos testemunhas, por exemplo, da ação e da influência de João Paulo II e de como ele influenciou na história da Igreja e do Mundo. Vemos hoje como a imagem do Papa é atacada. Não precisamos ser “papistas”, mas precisamos ser bons filhos do nosso papai.
A Revolução Francesa é fundamental para entendermos o mundo de hoje porque foi essencialmente anti-Igreja. Ela tinha causas justíssimas ao defender causas humanitárias e se contrapor a um sistema político-econômico-social injusto, mas, agregadas a esta causa, alguns se aproveitaram das reivindicações boas para introduzir o mal. E daí, veio um grande movimento anti-católico que começou a progressiva descristianização da sociedade. E nós estamos vivendo o auge desse laicismo: “O Estado é laico.”; “Não podemos favorecer uma religião.”, “A Igreja não deveria se pronunciar sobre esta questão.”... Isto não vem de agora! Quem diz que a cultura moderna é laicista, não conhece a história, pois isto já vem desde a Revolução Francesa...
A descristianização da sociedade criou o laicismo, uma corrente de pensamento que não reconhece o direito do indivíduo e expressar-se segundo a sua fé. Era preciso, desde aquela época, acabar com a Igreja porque a Igreja era a custodia, intérprete e transmissora da Verdade. E há correntes que não suportam essa idéia, de uma Verdade absoluta que seja diferente das suas vontades e interesses. Infelizmente desde o século XVIII, por causa desta ação anti-fé, os papas tem tido que lutar contra o positivismo, o marxismo, o materialismo, o relativismo, numa sociedade em que as idéias têm mais força que a Verdade. Cada papa, com suas características pessoais, procurou em sua época delinear as atitude de fé dos cristãos do seu tempo.
Um primeiro ato de grande vulto, foi quando Pio IX, então, convocou o Concílio Vaticano I, para contribuir para uma renovação da sociedade Cristã que começava a se descristianizar. Em 1854, o Papa decreta, por exemplo, a Imaculada Conceição. Dez anos mais tarde, publica também a Encíclica “Quanta Cura”, ou seja, “Quanto cuidado” em que procura esclarecer o verdadeiro conceito de liberdade, erradamente entendido enquanto autonomia total e plena. Vemos que até hoje este erro teima e persiste: o homem acha que é livre de Deus. Aproveitou também para exortar contra o indiferentismo religioso que é pior que o ateísmo confesso. E o indiferentismo leva à perda do sentido do sagrado e daí, a perda do valor e da sacralidade da vida humana. Vemos isso na disseminação da mentalidade abortista, por exemplo. O que vemos hoje, não começou a ser gerado hoje... há toda uma história por trás.
Em 1869, inaugura-se o CVI para que a Igreja se posicione diante das mudanças bruscas na sociedade. O seu primeiro Documento foi o “Dei Filius”, que falava como nós, filhos de Deus, devemos dialogar com o mundo com a razão e a fé, as duas grandes asas que nos levam a Deus. Era uma época em que alguns cientistas ousavam dizer: “Chegamos ao cume do progresso humano.”. Ora, na época da máquina a vapor, do telégrafo... ora, ora... Fé e razão ajudam as pessoas a chegarem ao conhecimento da Verdade. O segundo documento foi sobre a autoridade papal. E este Concílio foi bruscamente interrompido pela guerra entre França e Rússia, que impediu a chegada de muitos bispos e a independência da Itália. Mas foi interrompido com a intenção de continuar... apesar de ter demorado quase 100 anos.
Um papa que foi eleito com 78 anos de idade e sucedeu Pio XII, que havia governado por 19 anos, João XXIII, que ia anunciar um Sínodo, convocou também um Concílio para continuar o que havia sido interrompido. Por isso, se chamou Concílio Vaticano II. O CVII foi instrumento de Deus para acelerar os passos que a Igreja já vinha dando. Muitos o interpretaram mal, dizendo que veio mudar e romper com tudo o que a Igreja fazia... isto é um equívoco. O CVII só continuou um movimento que já estava iniciado há muito tempo. A Igreja sempre havia dialogado, desde as suas origens, com o mundo pagão. O CVII foi, sim, um grande passo em direção a questões muito urgentes: a unidade dos cristãos em um mundo de pluralidade religiosa, o diálogo com os grandes progressos tecnológicos da sociedade e como isso afeta a vida das pessoas, a importância da educação na vida dos povos (inclusive a educação para os valores e a fé), a atuação apostólica dos leigos e sua força evangelizadora, que são os principais responsáveis pela evangelização dos cristãos no mundo. Também é preciso termos "cabeças" intelectualmente preparadas para responder aos questionamentos que são colocados pela sociedade. Logo, é necessário nos formarmos sobre os documentos da Igreja, começando pelos documentos do Concílio Vaticano II.
Uma palavra-chave utilizada pelo Papa foi a necessidade de por a Igreja na atualidade (aggiornamento) cristianizando o mundo e não secularizando a Igreja. Não se trata de colocar-se no mesmo nível do mundo, mas elevar o mundo, colocar diante do mundo valores mais elevados. O CVII não poderia ter sido convocado antes? Por várias razões sociais e eclesiais só foi convocado 90 anos depois, no tempo de Deus. Não porque a Igreja seja lenta, mas sim prudente, como toda mãe. É segurança e certeza, depois de muito estudar e avaliar. E os frutos do CVII, depois de 50 anos do seu início, ainda estão só começando. É uma boa oportunidade para estudarmos e aplicarmos o conteúdo e as orientações do CVII.

domingo, 24 de junho de 2012

RETIRO DA PASTORAL FAMILIAR

O Centro de Estudos do Sumaré reuniu mais de 120 pessoas para o retiro anual promovido pela Pastoral Familiar, conduzido pelo seu bispo animador, Dom Antonio Augusto. O tema deste ano foi "A Fé", baseado na Carta Apostólica Porta Fidei. Ao longo desta semana, traremos suas profundas reflexões. Acompanhe nosso blog!
1ª meditação
TESTEMUNHAR A FÉ
Porta Fidei é a Carta do Papa para anunciar que, de outubro de 2012 a novembro de 2013, viveremos na Igreja o ano da fé. O papa nos chama a atenção para este tesouro: que a porta da fé está sempre aberta para nós. É através dela que entramos em comunhão com Deus e participamos desta linda família que são nossos irmãos. Abrir esta porta é embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho começa no Batismo, que nos torna filhos de Deus. Não somos simples “habitantes da terra”, mas temos este dom inigualável: Deus nos deu a vida para sermos seus filhos. Daí a importância de se batizar os filhos o quanto antes, para começarmos o mais breve possível este caminhar que só terminará quando chegarmos à nossa verdadeira casa, à casa do nosso Pai.
Aproveitemos este tempo para crescermos na fé. Temos, muitas vezes, a fé como algo segurado, garantido. Isto é um perigo. O parágrafo 2 do documento que diz: “Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado.Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.”. É um ponto importante de reflexão: pensamos nas conseqüências da fé, mas não na fé em si e o que ela significa para mim. Se eu creio em Deus, eu rezo... mas rezar é a conseqüência. E a fé em si? Vemos uma crise de fé que é profunda e que atinge muitas pessoas. Será que estas crises também não atingem de forma concreta?! Seja pelo desanimo, desespero, angustia, ansiedade, vontade de deixar de lado o que um dia começamos, deixarmo-nos influenciar por novas idéias deixando de lado o que a Igreja nos ensina... são crises de fé. Como vai a minha fé? A nossa fé é sadia e vai bem se eu sei testemunhá-la, mostrá-la em todos os momentos e aspectos da minha vida.
A renovação da fé é fundamental. “A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de fato, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou.” (Porta Fidei, 6) Uma das formas de crescer na fé (além da oração, dos sacramentos...) é o testemunho. Testemunhar a fé faz a nossa própria fé crescer e também ajuda a embeber Deus no mundo.
Há cerca de 100 anos um filósofo Nietzsche: “Procuro a Deus, mas para onde foi Deus? Deus morreu! Nós o matamos. Nós o matamos. Teve um sangramento enorme, graças as nossas facas.” Após esta afirmação, o personagem do seu livro reflete: ‘Eu acho que fui demasiado rápido em dar esta notícia. Isto ainda não chegou aos ouvidos deste homem.”. Isto tudo foi influenciado e influenciou o nazismo e também nos influencia até hoje. Deus não saiu da sociedade, a sociedade o matou pela indiferença. Deus está aí, mas perdeu o valor.
Como é difícil explicar para uma criança que Deus é Pai. A criança não sabe o que é um pai de verdade, porque muitos homens não exercem sua paternidade que deveria ser um reflexo da paternidade divina. Não sabem o que é a fé, porque não vêem a fé testemunhada em sua casa. Como explicar a uma criança hoje que Deus é bom, que ele nunca abandona, que a Missa é o Filho que se abandona nas mãos do Pai por amor a Ele e a todos nós. Como explicar a uma criança que é preciso agradecer, se acultura ensina a reivindicarmos nosso direitos?! Vivemos num mundo onde a linguagem da fé não atinge mais as pessoas. Por isso nos questionamos: como transmitir a fé num ambiente onde “Deus está morto”? Como é possível ser cristão e testemunhar a fé no mundo de hoje?
A fé é este caminhar que começa no batismo, mas pode ficar enfraquecida, porque o mundo não favorece, e até dificulta, a vivência da fé. O papa, então, pede que para testemunharmos a fé no mundo de hoje, precisamos, em primeiro lugar conhecer o mundo, jamais condená-lo. Não será possível transmitir a fé se uma boa compreensão do mundo como está hoje. Para tal, precisamos começar conhecendo o coração humano, a começar pelo nosso. Pois é no coração humano onde se levantam os altares. Sobre este altar há uma divindade. Se a fé está bem formada em nós, lá está Deus. Mas se a fé não está madura em nós, colocaremos no altar do coração outros “deuses”: o dinheiro, o poder, o consumismo, o êxito, a vitória, a beleza, os sentimentos vãos... “Paulo, em pé no meio do Areópago, disse: Homens de Atenas, em tudo vos vejo muitíssimo religiosos. Percorrendo a cidade e considerando os monumentos do vosso culto, encontrei também um altar com esta inscrição: A um Deus desconhecido. O que adorais sem o conhecer, eu vo-lo anuncio!”(At 17, 22-23) Viver a fé exige de nós conhecer o Deus que está dentro do altar do nosso coração. Podemos fazer isto em momentos de reflexão até no nosso dia-a-dia. Se não colocamos Deus no altar no nosso coração podemos acabar não acreditando em nada, ou, pior que isso, podemos correr o ristco de acreditar em qualquer coisa!
Cada um de nós, e não apenas o Papa, o bispo, o padre, é um bom pastor, porque tem ovelhas a zelar. Precisamos zelar por nossa fé e a fé dos outros: dos familiares, dos amigos, da pastoral. Somos ao mesmo tempo ovelhas, mas também pastores, mas para desempenharmos bem esta função precisamos estar com a fé bem arraigadas na vida. E testemunhar a fé, uma fé inabalável e amadurecida é uma forma de fazer a fé crescer em nós e nos outros à nossa volta. Não precisamos temer a cultura, a ciência, as tendências, as novas filosofias, mas temos que nos manter firmes em nossa responsabilidade de “bons pastores”. Uma grande crise de fé, é ter vergonha e timidez em testemunhar a fé. Deus está nos dando um grande presente que é esta mudança de época. Saímos de um tempo em que todos, mais por tradição que por convicção, testemunhavam publicamente a fé, para um tempo em que o mundo não aceita Deus, mas busca respostas em tantas outros “pacotes de idéias”.
Romano Guardini, pensador muito apreciado pelo Papa Bento XVI, fala sobre a perda dos valores verdadeiros e a popularidade dos ídolos: “É preciso dizer um grande sim a este mundo, no qual Deus nos pediu para viver, porque é exatamente do que Deus precisa, do nosso testemunho. É deus quem esta atuando nos momentos de mudança deste mundo. Devemos escutá-lo, deixar-nos moldar por ele; viver o presente para preparar o futuro.”. O documento da Rio+20 teve como título: “Que futuro Queremos?”. É um bom paralelo, pois não queremos voltar para o passado, este é um anseio da humanidade. Uma boa forma de testemunhar a fé é falar menos de Deus e mostrar mais Deus em nós. Santo Antonio, no século XIII falava: “A pregação é desnecessária, quando o exemplo é gritante.”. Temos que “ser” pessoas de fé e não simplesmente “parecer” pessoas de fé. Uma teoria da comunicação afirma que 80% da comunicação acontece de forma não-verbal. Transmitimos mais pelo que vivemos que pelo que falamos. Reclamamos: “meus filhos não me ouvem mais...”, “Meu marido não me entende...”. Precisamos falar menos e mostrar mais! Filipe falou de Jesus para Natanael que ficou desconfiado. Ao que o discípulo disse: “Vinde ver!”. Que bonito o pedido de dois pagãos também para Filipe: “Queremos ver Jesus!”.
As pessoas querem e precisam ver Jesus em nós, muito mais do que ouvir falar sobre os seus ensinamentos. Testemunhamos nossa fé por tudo o que nós somos. Pelo nosso gesto, olhar, pela forma de falar. A fé chega não tanto pelo raciocínio, mas pelo exemplo de cada um de nós. Claro que depois a fé precisa ser aprofundada, mas a rede de pescadores é a nossa forma de nos relacionarmos com as pessoas. Se queremos tocar o coração das pessoas precisamos, primeiro, colocar Deus no altar do nosso coração, pois a fé parte de dentro para fora. Nossa filiação divina nos torna mais humanos e é capaz de humanizar nossos relacionamentos. Se queremos ser divinos, precisamos ser extremamente humanos, no sentido pleno da palavra, revelando a bondade de Deus através da nossa humanidade, afinal fomos criado à sua “imagem e semelhança”.
Por que as pessoas à minha volta não se convertem, apesar do meu trabalho pastoral, das minhas palestras...? As pessoas não mudam porque eu não mudo! Ainda precisamos ser muito melhores na fé! Quem melhora na fé, melhora como ser humano e humaniza suas atitudes e seus exemplos falam muito mais que suas palavras. O mundo de hoje precisa ver um Crist encarnado, precisa ver Deus próximo de nós. O olhar de Cristo é o meu olhar? Ou eu, ao contrário, só vejo o lado negativo das pessoas e das situações? As palavras de Cristo são minhas palavras? Ou eu, ao contrário, faço julgamento, ironia, fofocas...? Um dos artigos do Credo é “... nascido da Virgem Maria...”. Para falar do Pai, Jesus se fez Filho. Parou e dedicou tempo aos que precisavam, chorou, se comoveu, festejou... Um católico que diz que não tem tempo de levar a fé aos outros está confundindo fé com “atividades”. Não é uma questão de tempo é uma questão de fé. O primeiro ponto importante, então: temos que mudar por dentro.
Temos que mostrar nossa intimidade pelo que nós vivemos na nossa intimidade. Temos muitas vezes despudor para confidenciarmos tantas coisas com as pessoas, mas conversamos sobre a nossa fé?! Abrimos o nosso coração com as pessoas para falarmos sobre nossa espiritualidade? Jamais podemos achar que tudo está perdendo e que devemos viver nossa fé particular, em nosso “mundinho”. Deus nos pede este favor, de entrarmos pela porta da fé. Não precisamos ressuscitar Deus, porque Ele não está morto... só precisamos revelá-lo, desvelá-lo, isto é, tirar as camadas de véus de tantas idéias vãs.

sábado, 23 de junho de 2012

Promotores do Aborto Admitem Derrota na Rio+20


Numa exibição surpreendente de solidariedade, um grupo diversificado de países se uniu à Santa Sé para removerem, com êxito, toda menção de direitos reprodutivos ou controle populacional do documento final produzido durante a última rodada de negociações da ONU na conferência Rio +20 nesta semana. Nos seis meses passados, o Fundo de População da ONU (FNUAP) junto com a Noruega e Islândia, o grupo “Católicas pelo Direito de Decidir” e a Federação Internacional de Planejamento Familiar, trabalharam febrilmente juntos para tirar vantagem da conferência Rio +20 sobre desenvolvimento sustentável a fim de promover tanto um direito internacional ao aborto quanto o controle populacional.
“Católicas pelo Direito de Decidir” distribuiu várias publicações e declarações fazendo de alvo óbvio a influência única do Vaticano dentro sobre a ONU como Observador Permanente. Num recente informe, esse grupo afirmou que a “... tendência da Santa Sé de insistir em posições periféricas que a colocam longe dos que estão no consenso predominante...” mina “... o consenso internacional sobre direitos humanos e provoca um retrocesso nas normas e princípios que são igualmente valorizados pelos países membros da ONU”.
Contudo, as negociações no Rio nesta semana mostram que a Santa Sé, longe de estar na “periferia” entre as nações, é líder de consenso. Junto com a Santa Sé, Nicarágua, Chile, Rússia, Honduras, Síria, República Dominicana, Costa Rica e Egito todos rejeitaram a introdução de “direitos reprodutivos” no documento final da Rio +20.
A Nicarágua, que é dirigida por um governo esquerdista, foi talvez o mais contundente, e insistiu em que as delegações cessassem de “lutar em torno do termo ‘direitos reprodutivos’” que “todo país sabe que é um código na ONU para se referir ao aborto”. A delegação nicaraguense apontou para o fato de que foram Noruega e Islândia, e não a delegação da Santa Sé, que estavam minando o consenso ao imporem “questões proibidas” que forçariam os países a concordarem com um documento que está “em conflito direto com suas leis e legislação nacional”.
A delegação do Chile fez declaração semelhante, declarando o “direito à vida” como “incompatível com o termo direitos reprodutivos” e questionando ainda mais sua inclusão num documento que tem o objetivo de tratar de desenvolvimento sustentável. No começo da semana passada, deixou-se clara a ligação polêmica entre direitos reprodutivos e desenvolvimento sustentável quando a Nova Zelândia junto com a Noruega, a Islândia, os Estados Unidos, o Canadá, a Suíça, a UE e a Austrália pediram a inclusão do termo “dinâmica populacional” do FNUAP no mesmo parágrafo de saúde sexual e reprodutiva.
A Rússia e a Santa Sé, junto com os países do G77 não perderam tempo em apontar que o termo, particularmente quando colocado no mesmo parágrafo de planejamento familiar, era uma tentativa de “promover o controle populacional” como meio de alcançar o desenvolvimento sustentável. Essa frase também foi tirada do documento. Durante a conferência tanto a UE quanto as delegações da África permaneceram a maior parte do tempo em silêncio sobre o termo “direitos reprodutivos e controle populacional”, mas por razões diferentes. As delegações africanas, por exemplo, estão com medo de que se abrirem a boca os financiamentos de que dependem desesperadamente serão cortados por organizações como o FNUAP. A UE, por outro lado, não abriu a boca a fim de não quebrar o consenso dentro de seu próprio grupo, considerando que três países, inclusive a Irlanda, permanecem solidamente pró-vida. As feministas pró-aborto já estão se queixando sobre sua perda no Rio.
Vicky Markham do Centro do Meio-Ambiente e População escreveu nas páginas do RH Reality Check para levantar o alarme sobre a derrota iminente delas. “As negociações na linguagem preliminar da Rio+20 que inclui ‘mulheres’ e ‘direitos reprodutivos’ deram uma grande virada para pior… e as coisas parecem muito ruins de acordo com relatórios vindo do local…”. Ela disse que as ONGs estavam organizando uma grande marcha no centro da conferência ontem de tarde para protestar contra a perda delas. Parece ter sido pequena demais e tarde demais.
Fonte: C-Fam
Autor: Tim Herrmann
Tradução: Julio Severo
Adaptação: Tatiana de Melo

quarta-feira, 20 de junho de 2012

ENTREVISTA COM DOM ANTONIO

Dom Antonio Augusto Dias Duarte, bispo animador da Pastoral Familiar, foi o entrevistado desta semana no Programa CLIC (Caminhando à Luz da Iniciação Cristã), na WebTV Redentor.
Ele falou sobre sua participação no VII Encontro Mundial das Famílias, em Milão, Itália. Assista à entrevista, clicando no link:

http://www.redentor.tv.br/media/clic-a-familia-e-a-iniciacao-crista-com-dom

sábado, 16 de junho de 2012

CURSO TERAPEUTICO PARA CASAIS


É com alegria que noticiamos o CURSO TERAPEUTICO PARA CASAIS, oferecido pela FUNDASINUM, com o apoio da Pastoral Familiar do Rio de Janeiro. 25 casais, entre eles um de noivos e um de namorados, estão aproveitando ao máximo os momentos de formação, exercícios práticos de terapia e respostas às dúvidas.

Com a condução primorosa Dra Helenice, médica e terapeuta, e Eunides, terapeuta, os participantes puderam conhecer e experimentar um pouco do método ADI (Abordagem Direta do Inconsciente). Estão sendo trabalhadas muitas questões, como: a essência do ser humano que está baseada no amor, a formação da identidade sexual e a vivencia sadia da sexualidade conjugal, o comportamento do casal e como isto influencia a vida dos filhos, como expressar concretamente o amor... Em tudo enfatizando que não somos meras “vítimas” de sofrimentos pelos quais passamos em nossa história de vida, mas sim, que somos agentes responsáveis pelo processo de estruturação do nosso ser. Tomamos muitas vezes decisões erradas para nossas vidas e somos livres para voltarmos atrás, para mudarmos de atitude. E as mudanças precisam começar em mim, e não no outro.

A Pastoral Familiar agradece a FUNDASINUM, a TIP Clínica do Rio de Janeiro e à Paróquia São Francisco de Paula, na Barra da Tijuca, que gentilmente se abriu para sediar o evento. As palestras estarão disponíveis em DVD em breve. É só entrar em contato com a TIP Clínica pelo e-mail: tipriodejaniero@tipclinica.com.br  ou pelo tel. 2241-6560.



quarta-feira, 13 de junho de 2012

Caminhando com o Leste 1

Lira e Sinete compartilharam conosco foto da Comissão da Pastoral Familiar de Itaguai. A Diocese atende de Itaguai até Angra dos Reis. Essa reunião aconteceu em Muriqui. A próxima será em Conceição de Jacareí dia 28/07.


sexta-feira, 8 de junho de 2012

Informativo e mais fotos...

Acabamos de colocar o link para que você tenha o informativo "Em Família" do mês de junho, com um encarte especial sobre o VII Encontro Mundial do Papa com as famílias, em Milão. E você já sabe: se deseja receber nosso informativo diretamente no seu e-mail, basta fazer esta solicitação para o: pastoralfrj@gmail.com.
E aproveitamos também para completarmos nossa galeria de fotos. Não deixe de conferir.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Nossa galeria de fotos!

Começamos a rechear a galeria de fotos no final do nosso blog, com belas imagens da nossa ida à Itália. Enquanto nosso material com todos os detalhes de formação e espiritualidade do VII Encontro Mundial das Famílias está sendo elaborado, você já pode ter um "gostinho" de todos os momentos inesquecíveis que vivemos. Assim, estaremos unidos em oração com as famílias do mundo inteiro.

Tudo terminou em festa!

 O encerramento do VII Encontro Mundial das Famílias, ocorreu também no Aeroporto de Bresso, com a Santa Missa, presidida pelo Santo Padre, o Papa Bento XVI. A celebração foi seguida intensamente pelos mais de 1 milhão de fiéis presentes.

Ao final da Missa, o papa rezou o Ângelus e anunciou que a próxima sede do Encontro Mundial das Famílias será a Arquidiocese da Filadélfia, nos Estados Unidos.
Retornamos felizes à casa de Dona Lidia, para, com sua família, vivermos o domingo plenamente: com aquele almoço típico de domingo... nada poderia ser mais significativo. Foi nossa despedida emocionada de Milão!
Agradecemos a todos vocês que nos acompanharam nesta viagem, com sua procura ao blog e com suas orações. Saibam que também rezamos muito por todas as famílias. Agradecemos a Deus, nosso Senhor, por esta oportunidade tão edificante para nossa fé, e renovamos com a Arquidiocese do Rio de Janeiro nosso compromisso de levar em nossa bagagem todas as experiências que vivemos na Itália até vocês! O material em forma de DVD com vídeos, fotos e o conteúdo das palestras adaptado para os formatos de texto e apresentação de slides estará disponível em breve.
Arrivederci!
Ronaldo e Tatiana de Melo
Assessores do Setor Pré-Matrimonial

domingo, 3 de junho de 2012

Depois do trabalho, a festa!



Depois dos três dias de intenso trabalho no Congresso do VII Encontro Mundial das Famílias, veio o tempo da festa, claro! No sábado, 2 de junho, o nosso dia começou com o encontro do Papa Bento XVI com os crismandos e recém-crismados, que aconteceu no estádio de futebol San Siro, pois os congressistas também foram convidados.

O tema escolhido para esta grande festa foi: “Avança para Águas mais profundas com Pedro”. A manhã foi marcada por muita música, dança, encenações, testemunhos e pelo momento central de pregação e oração junto com o Papa. Dom Antonio Augusto Dias Duarte, que é bispo animador não só da Pastoral Familiar, mas também da Juventude, destacou que o encontro foi marcado pela alegria, pela criatividade e pela beleza, e que foi muito bom também para termos uma pequena mostra de como será a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em 2013.

E à noitinha, aconteceu no aeroporto de Bresso a linda festa dos testemunhos, com depoimentos de famílias de diversas partes do mundo (inclusive do Brasil) em colóquio com o Papa. Foram questionadas diversas realidades desafiadoras que as famílias enfrentam no mundo de hoje. E o Papa sempre apresentava uma palavra de conforto e esperança. Um encontro de culturas, unida peloa amor de Deus em uma só família!

 Ronaldo e Tatiana de Melo
Assessores do Setor Pré-Matrimonial



Conclusão do Congresso e chegada do Papa

Olá, amigos. Escrevemos com um pouco de atraso, porque estávamos sem acesso à internet. Mas queremos partilhar com vocês experiências maravilhossas dos últimos dias do EMF.
O encerramento do Congresso Teológico-Pastoral do VII Encontro Mundial das Famílias, em Milão, neste dia 1º de junho, foi marcado pelo tema da “festa” na família, com ênfase especial à celebração do domingo, o dia do Senhor. Após as palestras do dia, o Cardeal Ennio Antonelli fez a conclusão do Congresso.
Momentos como esses do Encontro Mundial nos propiciam entrar em contato com famílias de diferentes países. Assim, aproveitamos a oportunidade ímpar para distribuirmos material de divulgação da JMJ Rio 2013 cedido pelo COL, Comitê Organizador Local, para países como Venezuela, Equador, Kenya, Argentina, Uruguai, Canadá e Zimbabue. Presenteamos também um representante de Portugal e Angola, nossos países irmãos de língua portuguesa, com um exemplar dos projetos dos setores Pré, pós e casos especiais produzidos pela nossa Arquidiocese do Rio.
Na parte da tarde, os congressistas podiam escolher entre mesas-redondas com diferentes temas que aconteceram em diversos pontos da própria diocese de Milão, como Igrejas histórias, a Universidade Católica, a sede da União do Comércio, etc. Escolhemos ir a Igreja de Santo Ambrósio (padroeiro da cidade) para as explanações sobre o tema da família e sua participação na Eucaristia dominical. Depois, fomos para a praça do Duomo (Catedral) onde estava toda montada a recepção do Papa Bento XVI. Desde 1984 um papa não visitava Milão.
O primeiro encontro com nosso pastor foi emocionante! Em meio à multidão nos unimos a uma parte do grupo do Regional Leste 1 para vivermos este momento incrível, que está renovando nossa fé e nossa esperança. Ele está no meio de nós!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Congresso Teológico-Pastoral (2)


Continuou hoje, dia 31 de maio, o Congresso Teológico-Pastoral do VII Encontro Mundial da Família. Após a oração da manhã, tivemos duas palestras sobre a questão da relação família, trabalho de festa nos dias de hoje, à luz da fé.

À tarde, as atividades aconteceram em diferentes dioceses vizinhas da Lombardia, entre as quais os congressistas foram divididos. Fomos com um ônibus do Congresso à cidade de Bergamo para o seminário com o tema: “O Projeto de Vida dos Jovens e o Futuro do Trabalho”, no Centro de Convenções João XXIII. A abertura dos trabalhos na parte da tarde foi com as boas-vindas do Arcebispo de Bergamo, Dom Beschi.

Em seguida, o secretário municipal de Desenvolvimento Social, G. Boscagli relatou bons exemplos de políticas públicas que favorecem a integração entre a família, o trabalho e a festa. Entre elas, muito nos impressionou uma iniciativa que oferece ajuda financeira para mães que pensam em abortar por não terem condições sociais, econômicas e psicológicas de terem seus filhos. Com este projeto, mais de 1.300 crianças já foram salvas. A programação também teve documentários com depoimentos de jovens, apresentação de resultados de pesquisas, palestras e uma mesa redonda.

A noite acabou com a visita à Città Alta de Bergamo, onde passeamos pelas suas antigas construções até a Piazza Vecchia. Lá havia um verdadeiro Buffet festivo aguardando por nós, congressistas, e um lindo espetáculo de música, dança, teatro e circo para celebrarmos este momento único.